domingo, 12 de julho de 2015

Penso em me separar: E agora? E meus filhos?




Muitos pais se preocupam demasiadamente quando o casamento já não faz sentido para ambos e há um filho como fruto deste enlace. 
Imaginamos que o grande vilão do bem-estar psíquico de nossos filhos seja a separação propriamente dita, mas meu intuito neste breve relato é ampliar a reflexão de pais e familiares.
Logicamente temos que considerar que a separação nem sempre é algo fácil de ser compreendido pelas crianças, porém as situações que anunciam que a separação está latente podem ser até mais prejudiciais, uma vez que muitos casais escolhem ficarem juntos com a justificativa de que estão pensando no melhor para seus filhos, quando na verdade, sem se darem conta, podem estar mergulhando em um abismo de má convivência, tristeza, agressividade, traição e, principalmente, criando um ambiente nada agradável e muito menos saudável para os filhos.
Todos nós já fomos crianças um dia ... então lanço a pergunta, o que prefeririam? Verem seus pais juntos, infelizes, brigando ou, no mínimo, distantes emocionalmente um do outro ... Ou, separados, porém com a possibilidade de serem os melhores pais que puderem considerando seus limites pessoais e, principalmente, emocionais?
No mínimo gera grande espaço para reflexão, não é?
A opinião dos pais em geral é muito dividida. Alguns imaginam que a criança, principalmente bem pequena, ainda não tem discernimento sobre tudo aquilo que acontece a sua volta. Já outros acreditam que tudo, literalmente, tudo deve ser poupado do mundo infantil. 
Com todos os avanços dentro da Psicologia, Psicanálise, bem como na ciência de forma ampla, sabemos que a criança percebe o mundo a sua volta, de maneira peculiar e com as limitações de seu desenvolvimento, mas está atenta a si mesma e àquilo que o mundo oferece. Tal argumento se torna ainda mais factual quando pensamos nos avanços das pesquisas sobre a vida dos bebês ainda no útero e toda percepção que eles possuem.
Quero esclarecer que meu objetivo não é perpetuar a apologia à separação, espero que tenha ficado claro! Somente proponho que os casais reflitam amplamente diante dos motivos que os fazem permanecer casados ou não, pois a decisão transborda para a vida psíquica dos filhos e nem sempre de uma maneira saudável e, muito menos, agradável.
Atualmente a análise ou psicoterapia podem auxiliar alguém que se encontra extremamente confuso, a se deparar consigo mesmo e, por conseguinte, ter acesso aos esclarecimentos e respostas que tanto almeja diante da temática da separação.
Outro recurso muito importante é a psicoterapia para casal, pois a mesma, por sua vez, possibilitará a ambos a possibilidade de olharem atenta e finalmente para o relacionamento e possam enfim ter pistas se continuar casado é a melhor opção. Ressalto a todos que esta modalidade de atendimento não é responsável pela "cura do relacionamento" (como muitos imaginam), mas sim pela oportunidade de trazer à tona tudo aquilo, tão essencial, mas que permanece encoberto.
Por fim, cada casal é único, bem como os filhos frutos destes relacionamentos. Mas a certeza que temos neste engodo é que cada família pode ser mais feliz à medida que olhe para si mesma e descubra o que realmente precisa. Não existe manual de instruções, muito menos receita de bolo bosque se refere às particularidades de uma família e sua convivência.

Autora: Amanda Matos dos Santos
(Psicanalista & Psicóloga)
Clínica de Saúde Mental Amanda Matos
www.amandamatos.com.br

sexta-feira, 3 de julho de 2015

* TOMAR REMÉDIOS ANTIDEPRESSIVOS SEM PSICOTERAPIA TEM EFEITO?*



Para começarmos a refletir diante desta temática tão polêmica e importante, sugiro que usemos uma analogia para tal tarefa. 
Podemos pensar em sintomas comuns à muitos pacientes como a aqueles que apresentam ataques de pânico (palpitação, dores no peito, enxaqueca interminável, náusea, etc); medo de dirigir; dificuldades no campo da sexualidade ... enfim ... os sintomas pode variar bastante. 
Qualquer um destes sintomas de cunho psicológico e/ou psiquiátrico podem ser comparados à uma febre, por exemplo. A mesma faz com que nos sintamos mal o suficiente para procurar um pronto-socorro mais próximo, correto?
Lá provavelmente serão prescritos medicamentos com intuito de dar fim à esta febre.
Caso optemos por ir embora após a febre cessar e não fiquemos para descobrir a causa deste sintoma, provavelmente estaremos de volta ao PS com sintomas muito mais graves, já que fomos superficialmente cuidados.
Desta mesma forma podemos pensar em todo e qualquer sintoma psicológico. Mesmo que façamos uso de um medicamento psiquiátrico que seja realmente eficaz, ainda sim o mesmo estará atuando na superfície da problemática, em tudo aquilo que está mais evidente. Porém, somente a análise/psicoterapia será capaz de instrumentalizar o paciente a descobrir a si mesmo e, com isso, a causa de suas mazelas físicas e psicológicas.
Quero esclarecer que meu objetivo não é menosprezar o tratamento psiquiátrico, pelo contrário, é mantê-lo intimamente ligado ao tratamento psicológico, de modo que caminhem juntos rumo à saúde mental dos pacientes.

Este link corrobora com os argumentos citados. Confiram também:
http://www.equipehipnose.com/antidepressivos-sem-terapia-nao-tem-efeito-aponta-pesquisa/

(Psicanalista Amanda Matos)
contato@amandamatos.com.br
www.amandamatos.com.br